A educação é parte fundamental do desenvolvimento humano, para tanto, encontra-se comprometida com a formação afetiva, cognitiva, social, e, atualmente, tecnológica dos alunos. Entretanto, a escola necessita de condições pedagógicas e estruturais para cumprir seu papel com excelência.
A estrutura tecnológica interfere diretamente nos processos educacionais nos dias de hoje, uma vez que, há redes de ensino que possuem software para sistematização dos dados pessoais dos alunos, funcionários e professores, matrículas, cadernos de chamada, avaliações, históricos escolares, calendário acadêmico, bem como, o gerenciamento do patrimônio da instituição e até mesmos os alimentos que entram e saem da escola, a quantidade que foi consumida e a quantidade restante. A gestão pedagógica escolar também utiliza as tecnologias digitais no fortalecimento da comunicação entre os segmentos escolares docente (PROCASKO, J. C. S. R.; RODRIGUES, G. S.; SANTOS, B. S.; RODRIGUES, L. S.; VILLARROEL, 2019). Avançando, posto que, a grande maioria dos alunos, pais, funcionários e educadores dispõem de dispositivos móveis, como o celular para acessar a internet, enviar e receber mensagens, fotos, vídeos e áudios.
Dessa forma, é relevante investigar como os espaços educacionais estão organizados com relação à tecnologia, quais paradigmas permeiam essas conjunturas e principalmente, como ocorre à formação continuada dos professores que lecionam nos dias de hoje. Pois, a qualidade da educação, está atrelada a qualidade dos seus profissionais. Neste sentido, torna-se imprescindível analisar como ocorre a aprendizagem docente, uma vez que, fazem parte dessa nova cultura que se desenha e que marca forte presença no cotidiano escolar.
Ana Maria Veiga Simão et al. (2009) salienta a competência da escola no que se refere às contribuições das tecnologias na formação de professores:
[...] um recurso para engendrar formas de aprendizagem mais individualizada, bem como as que permitam desenvolver atitudes investigativas, aqui vistas como meio de actualização e aprofundamento de conhecimentos, de reflexão sobre o trabalho desenvolvido, de tomadas de decisão, de resolução de problemas e de desenvolvimento profissional contínuo (p. 63).
Outra contribuição das TDs é a sua possibilidade de ampliar a comunicação com a comunidade escolar de forma rápida através das redes sociais: desde avisos imediatos como a falta de água ou luz na escola, até mesmo, o chamamento para assembleias de pais. Outra opção é criar fóruns de discussões online com pessoas em diferentes locais, organizar reuniões pedagógicas à distância, realizar pesquisas em sites de busca, construir textos coletivos, criar vídeos, etc. Neste sentido, há que se evidenciar que:
As TDs podem melhorar significativamente a comunicação, o compartilhamento de informação e a produção do conhecimento, por meio da adoção de ferramentas de comunicação e acesso à informação por pesquisas e buscas em repositórios e páginas da internet (BORGES; NICHELE; MENEZES, 20016, p.16).
A luz desta concepção, o espaço digital escolhido deve oferecer um conjunto de ferramentas que propicie a comunicação, a cooperação e a coordenação, a fim de atingir a colaboração entre docentes em sua formação. Pois, a mesma seriedade que a gestão escolar deve ter com a formação de professores, é preciso ter com as condições para que se efetive com qualidade (SANTOS, B. S.; PROCASKO, J. C. S. R.; RODRIGUES, G. S, 2019).
Nessa perspectiva, podemos contar com as contribuições de Pricila Santos e Lucia Giraffa no que tange a formação docente: “aprende-se em qualquer lugar e de diversas formas. Uma vez que se amplia o espaço pedagógico deve-se ampliar as maneiras de se fazer a formação docente” (2010, p. 09). Ou seja, a aprendizagem pode ocorrer através de redes sociais, softwares, aplicativos, livros impressos ou digitais, na televisão, entre outros. Desta forma compreende-se que a educação é um processo que ocorre dentro e fora do ambiente escolar.
Por Greyce Rodrigues
Referências:
BORGES, Karen Selbach; NICHELE, Aline Grunewald; MENEZES, Crediné Silva de. Formação Continuada de Professores Através de Comunidades de Prática: um Estudo de Caso. Revista Brasileira de Informática na Educação, Volume 24, Número 2, 2016.
NICHELE, Aline Grunewald; BORGES, Karen Selbach. Comunidades de prática docente: uma alternativa para a formação continuada de professores. ScientiaTec: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia do IFRS–Campus Porto Alegre, Porto Alegre, v.2, n.1, p. 125-137, jan./jun. 2015.
PROCASKO, J. C. S. R.; Greyce S. Rodrigues; VILLARROEL, M. A. C. U. Professor também aprende? A autorregulação da aprendizagem na formação inicial e continuada de docentes. In: Márcia Amaral Corrêa Ughini Villarroel. (Org.). RELEITURAS DA PRÁTICA EDUCATIVA: um exercício dialógico entre as TICs, a psicologia da aprendizagem e a ciência pedagógica. 1ed.Curitiba: Editora CRV, 2019, v., p. 117-130.
SANTOS, B. S.; PROCASKO, J. C. S. R.; RODRIGUES, G. S. As tecnologias digitais para o trabalho docente no Ensino Superior. In: Juarez Bento Silva, Simone Meister Sommer Bilessimo, João Bosco Mota Alves. (Org.). Integração de Tecnologias na Educação: Práticas inovadoras na Educação Básica. 1ed.Araranguá/SC: Hard Tech Informática Ltda., 2019, v. Volume, p. 84-101.
SANTOS, Pricila Kohls dos; GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Um novo olhar sobre a capacitação de professores a distância para inclusão digital. Novas Tecnologias na Educação. CINTED-UFRGS. V. 8 Nº 1, EAD, 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/renote/article/view/15183/8949. Acesso em: 30 mar. 2019.
VEIGA SIMÃO. Ana Margarida da; et al. Formação de professores em contextos colaborativos. Um projeto de investigação em curso. Sísifo/ Revista de ciências da educação. Nº08. Jan./abr. 2009.